BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A EDUCAÇÃO PODE SER AINDA MUITO MELHOR

St. Tropez, 30 de Outubro de 2007
Minha cara Maria de Lurdes
Mesmo a este recanto turístico francês chegou o sucesso da Educação: diminuição em 22 por cento do insucesso escolar!
Estava eu, repimpado com vista para o mar, a celebrar com um Don Pérignon Vintage 1998 mais este sucesso da nossa Educação quando, para minha desgraça, o meu velho amigo Prof. Jean Desgrandes Baldàs me desencantou:
- Mais non, mon cher, não é um grand sucesso. É apenas um petit passo (o resto do diálogo vai em português, senão isto parece uma entrevista com o Comendador Berardo, caso ele tivesse sido educado no Québec).
Contrapus que eram 22 por cento! Mas ele insistiu.
- Podiam ser mais. Eu tenho um método quase perfeito para melhorar esses números.
- Qual? - perguntei, ávido.
- Não só acabar com a retenção ou chumbo por faltas, como também por notas ou por qualquer outro caso.
Perguntei ao Prof. Jean Desgrandes Baldàs em que circunstâncias poderia, então, um aluno chumbar.
- Nunca! Jamais! A menos claro, em casos muito graves, se matar um professor ou fumar no recreio ou assim... De resto, o aluno não é retido. E poderia mesmo ser - e este é o grande segredo do meu método acelerado!
- Acelerado? Que quer o Prof. Baldàs dizer com isso?
- Acelerado! Por exemplo, um aluno que está no 6.º Ano de escolaridade, se for a mais do que 20 aulas pode passar logo para o 8.º ou o 9.º Ano, por exemplo.
- Porquê?
- Porque sabe tanto como um que lá chega sem pôr os pés na aula, como é óbvio, evidente e absolutamente claro. Repare, se um aluno que nunca viu o quadro negro da sua turma, acaba por passar do 6.º para o 7.º, por que razão injusta o que se esforça e aparece, vá lá, mais de 10 vezes, não pode passar para o 8.º ou 9.º.
Concordei com o meu amigo. Mas como gosto de discutir, ainda tinha uma objecção.
- E se um aluno do 1.º Ano for todos os dias à escola? O que lhe dá? O diploma do 9.º Ano?
- Por que não? Que lhe falta a ele saber para a vida? Não vê o concurso "Sabe mais do que um miúdo de 10 anos?"
- E se ele continuar sem faltar - objectei - pode dar-lhe a Carta de Condução? - interroguei, em tom de brincadeira.
- Claro que sim. Desde que ele não conduza. No fundo, não é diferente de dar o 9.º Ano a quem não sabe quantos são 7x8, ou a raiz quadrada de 9. Porque, repare - e este era o grande argumento do Prof. Desgrandes Baldàs -, o que interessa não é o conhecimento, mas sim a aprendizagem. Ora, quem está num programa de aprendizagem (ou seja, uma aula) ganha créditos e direitos, não lhe parece?
-Mas mesmo sem saber nada de útil? - ainda contrapus. E ele respondeu, calmo:
- Se não tivermos de provar os conhecimentos, todos nós somos especialistas em Física Quântica. Este é o meu postulado. Confesso, minha cara Ministra, que fiquei a pensar nisto. Como método de pedagógico é só mais um pequeno passo dos muitos que em Portugal temos dados. Pense também, e aceite os meus cumprimentos
Comendador Marques de Correia

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